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Petar - Foto: Jaime Dantas - Unsplash

As belezas do Petar – Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira

Rios e cachoeiras, árvores imensas, flores, cavernas, bichos, pássaros, bóia-cross, rapel, energia total e até discos voadores. Essas são as principais atrações do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) que qualquer visitante poderá experimentar. (bem, os discos voadores são um pouco mais difíceis para se ver, mas muitos afirmam que eles aparecem bastante por lá.)

A Mata Atlântica, é a base deste parque. A maior parte do que restou dela está concentrada no estado de São Paulo, mais especificamente na região de Iporanga.

Perca o medo do escuro e venha com a gente para o mundo das cavernas. O parque possui a maior aglomeração delas na América Latina. Catalogadas e conhecidas, são mais de 280.

A luz natural vai ficando cada vez menor. É com a ajuda de lanternas e lampiões a carbureto que o visitante vai explorando o ambiente subterrâneo destas formações. Penetrando nas rochas calcárias, a água vai abrindo galerias e salões e formando bizarras esculturas: os espeleotemas, como as estalactites e as estalagmites.

É um sentimento diferente, onde você se sente um ser frágil diante da escuridão e da imensidão de algumas formações.

Fora das cavernas, durante todo o caminho ou nas paradas para descanso, o Rio Bethary e seus afluentes mostram toda a força das águas que acabam formando piscinas, corredeiras e cachoeiras.

Aproveite e desça o rio praticando bóia-cross no Rio Bethari. O equipamento você pode alugar bem perto do próprio Petar.

Depois dos banhos de cachoeira, do bóia-cross e das cavernas, o desafio agora é fazer um rapel, uma emocionante descida com a ajuda de cordas, do pórtico da Casa de Pedra, que que tem 215 metros de altura.

O Scala, que tem parte de seu acervo de imagens aqui no 360, foi o primeiro a descer o pórtico junto com a esposa e o francês Jean de Coubert. A descida exige concentração e leva cerca de 20 minutos, devendo ser muito bem preparada. Mas não é para qualquer um. Não se arrisque sozinho nem sem um bom guia do local.

Quem quiser, poderá praticar rapel dentro das cavernas também, porém terá que ter experiência e frequentar um curso específico, além de combinar com os guias do parque.

Com suas cachoeiras, rios, cavernas, fauna, flora exuberante, montanhas, vales, comunidades tradicionais descendentes de índios e muitos outros atrativos, o “PETAR” é uma das últimas áreas preservadas do estado. A conservação, estudo e divulgação destes patrimônios naturais e culturais são a causa de sua existência.

Sua visita será de imenso prazer e você poderá desfrutar da beleza, do lazer e das emoções que este parque ecológico, turístico e cultural oferece.

Conheça mais sobre este paraíso natural.

Ecossistema

A cobertura vegetal é de domínio da Mata Atlântica, predominantemente floresta densa, mas com presença, nas áreas acima de 800 m, de floresta de planalto e floresta mista de pinhais.

A Mata Atlântica é o conjunto de ecossistemas de maior índice de biodiversidade conhecido, considerado Patrimônio da Humanidade através da nomeação de Reserva da Biosfera pela UNESCO, em 1992. O PETAR é área-piloto desta Reserva.

A diversidade da flora é acrescida localmente pela presença geológica das lentes calcárias, que propiciam o desenvolvimento de matas com composição florística diferenciada daquelas sobre o solo dominante.

O ecossistema da mata pluvial tropical são comunidades vegetais em diversos estágios de desenvolvimento, com inúmeras espécies florísticas (orquídeas e bromélias, por exemplo) e uma diversificada fauna.

A fauna é beneficiada por esta diversidade de ambientes, tendo um levantamento prévio apontando cerca de 30 espécies da lista de ameaçados de extinção, entre elas: monocarvoeiro, onça-pintada, onça-parda, lontra, irara, harpia, gavião-pomba-grande, jacutinga e cágado-medusa. O parque abriga também uma importante parcela da fauna espeleológica nacional.

Geologicamente, devido à presença das rochas calcárias, o PETAR está inserido numa das maiores províncias espeleológicas do país, abrigando mais de 280 cavernas cadastradas, representando um importante sítio de preservação do patrimônio espeleológico nacional, tanto do ponto de vista geológico (espeleotemas), como biológico (bioespeleologia).

Os solos do PETAR são característicos de Mata Atlântica, ou seja, solos ácidos e de baixa fertilidade, agravados pela alta declividade, gerando solos de pouca profundidade, destinados à conservação e preservação da fauna e flora silvestres. Esta situação é amenizada pela presença natural do calcário, representando algumas manchas pontuais de maior fertilidade em áreas mais planas.

O PETAR abriga também vários sítios arqueológicos datados entre 3.000-10.000 anos atrás, que apresentam vestígios de ancestrais de tradição caçadora e coletora.

A área compreendida pelo parque tem relevo altamente acidentado, com diferença em altitude de mais de 1.000 m, possibilitando a presença de várias cachoeiras. Esse número só não é maior em virtude da alta infiltração de água para o subsolo, consequência da enorme presença de cavernas ou grutas. Esse fato se dá pela presença de lentes calcárias originadas há milhões de anos atrás no fundo dos oceanos, pela lenta deposição de esqueletos e carapaças de organismos vivos, e levadas à superfície pelo soerguimento da serra do Mar.

O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – PETAR

O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – PETAR – é uma unidade de conservação que foi criada em 1958.

O parque localiza-se na região do Alto Ribeira, sul do Estado de São Paulo, a aproximadamente 320 km da capital, no Vale do Ribeira, que é considerado o segundo contínuo ecológico mais bem preservado do Mata Atlântica do estado.

É administrado pelo Instituto Florestal (IF) da Coordenadoria de Informações Técnicas, Documentação e Pesquisa Ambiental (CINP), da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do Estado de São Paulo.

O PETAR possui uma área delimitada de quase 36.000 ha, localizada no sul / sudeste do estado de São Paulo, nos municípios de Iporanga e Apiaí. Compreendendo as encostas da serra de Paranapiacaba, entre as coordenadas 24º 20’ – 24º 37’ S e 48º 24’ – 48º 43’ W, situa-se na bacia hidrográfica do rio Ribeira de Iguape, região conhecida como Vale do Ribeira, especificamente na porção designada de Alto Ribeira.

O Petar é um patrimônio espeleológico, característica peculiar da área, que hoje abriga uma das maiores concentrações de cavernas do Brasil, com mais de 280 já cadastradas em seu perímetro.

O parque também insere-se em um contínuo de Mata Atlântica de cerca de 200.000 hectares, representado pelas áreas dos parques estaduais Intervales e Carlos Botelho, Estação Ecológica Xitué e áreas em torno. Se considerarmos ainda as outras Unidades de Conservação presentes no Vale do Ribeira, Litoral Sul e Litoral Norte, chegamos ainda a quase um milhão de hectares, que representam a quase totalidade dos remanescentes de florestas nativas no estado de São Paulo.

O PETAR possui uma sede central administrativa na cidade de Apiaí, responsável pela gestão do parque e operacionalização das atividades. Conta também com cinco núcleos operacionais no interior da unidade, responsáveis pela manutenção das atividades de fiscalização, pesquisa, educação ambiental e visitação. Quanto aos recursos humanos, conta com cerca de 60 funcionários divididos nos Programas de Fiscalização (18), Uso Público (16), Manutenção (14) e Técnico-Administrativo (12).

A História do Petar

A história de ocupação da região em que o Parque está inserido data de cerca de 10.000 anos atrás, segundo os antropólogos. A comprovação vem da descoberta de sambaquis fluviais, além de sítios ceramistas mais recentes, datados de 2.000 anos. Vestígios de uma tradição caçadora coletora, passando posteriormente a cultivadora evidenciam que esta região esteve incluída na rota migratória das populações indígenas pré-coloniais.

Os primeiros pontos de povoamento da época colonial no Alto Ribeira organizaram-se no final do século XVII, início do século XVIII, com o surgimento das Bandeiras e de desbravadores à procura de ouro. A maior parte da população atual descende de quilombos, que também haviam nesta região.

A atual estrada SP-165, que liga Apiaí a Iporanga, e cruza o PETAR, já era caminho, nessa época, das tropas de mulas.

A história do PETAR confunde-se com o histórico de colonização da região. Oficialmente foi criado através do Decreto n.º 32.283, de 19/05/58, como Parque Estadual do Alto Ribeira – PETAR, e ratificado pela Lei n.º 5.973, de 28/11/60, como PETAR.

No entanto, os objetivos de conservação da área datam já do início do século XIX, através da visita de naturalistas à região. Nomes como Ricardo Krone, Edmund Krug e John Branner produziram as primeiras pesquisas na região, além de cadastrarem inúmeras cavernas e já pedirem a criação de uma reserva científica para fins de estudo de paleontologia e espeleologia. Foi porém, a partir de 1950, através do engenheiro José Epitácio Passos Guimarães, e do topógrafo e poeta Pedro Colmério, que formalizou-se o pedido oficial de criação de um parque na região, culminando no Decreto de 1958.

De lá para cá, sua implantação vem sendo feita de forma lenta e gradativa através do impedimento de atividades degradadoras do meio ambiente como extração de madeiras, mineração, desmatamentos, extrativismo ilegal, caça, grilagem de terras e outros. Através de financiamento externo com o Banco Mundial, o PETAR implantou infraestrutura adequada a sua administração, fiscalização e à recente demanda das Áreas Naturais para o ecoturismo.

As cavernas do Petar

Uma das características do “PETAR” é a grande quantidade de cavernas (cavidades naturais subterrâneas). Destas, algumas são destinadas à visitação pública, sendo que cada uma possui suas peculiaridades.

A ação da água nas rochas calcárias, num período de milhares de anos, propicia a formação de cavernas com piso, paredes e tetos ornamentados por inúmeros espeleotemas (estalactites, estalagmites, colunas, cortinas, flores de aragonita, flores de calcita, etc).

As principais cavernas usadas para visitação turística são:

Caverna de Santana

A segunda maior do estado de São Paulo com mais de 7.000m. topografados. É percorrida pelo Córrego Roncador, reunindo uma complexa rede de galerias, onde ocorrem ornamentações delicadas de grande beleza.

Caverna do Couto

A visita consiste em uma travessia (de uma entrada a outra), num percurso de caminhamento fácil pela galeria principal, que se apresenta com bastante espaço e com poucas ornamentações, totalizando cerca de 400m., podendo-se utilizar a trilha externa para o retorno.

Gruta do Morro Preto

Apresenta um pórtico de entrada de tamanho considerável e de grande beleza, que foi utilizado há centenas de anos por grupos humanos, como abrigo. Seu percurso de visitação inicia-se à direita da entrada, e desce para um grande salão “Salão do Anfiteatro”. Nesse local apresenta-se aos olhos do visitante uma visão magnífica da entrada, com a luz externa destacando importantes ornamentações.

Caverna Água Suja

Caracteriza-se por suas galerias altas e ricamente ornamentadas.

Os roteiros turísticos devem ser respeitados, pois há algumas cavernas fechadas para visitação, sendo exclusivas dos espeleólogos, que nelas fazem estudos de fauna e trabalhos de mapeamento.

Durante a visita nas cavernas, contemple esse ambiente. O mundo subterrâneo possui características únicas que significam uma nova experiência para nós, seres humanos. “PARE E OBSERVE”.

Esportes

Vários esportes de ação podem ser praticados no Petar. Podemos citar:

Trekking

pelas trilhas que serpenteiam o parque como a: Trilha do Bethary, que inicia-se no Posto dos Guias, e segue o rio Bethary, com 3.600m. de extensão. Esta trilha atravessa diferentes formações de rochas e proporciona a aventura da travessia do rio por quatro vezes, com água até os joelhos. As atrações da Trilha do Bethary, entre outras, são: Caverna Água Suja, Torre de Pedra, Cachoeira das Andorinhas, Cachoeira do Betharizinho.

Bóia-Cross no Rio Bethari

cuidado, há trechos que são considerados extremamente arriscados, como o de Santana-Serra. No Bairro da Serra, você poderá encontrar guias para orientá-lo na descida e locais para alugar o equipamento.

Rapel

dentro de cavernas como a “Água Suja” ou “Morro Preto” ou ainda na Casa de Pedra, um importante testemunho do relevo representado em rocha calcárea de grande dimensão. (com autorização prévia)

Dicas para visitas nas cavernas

01- Nunca entre numa caverna sem a companhia de outras três pessoas, dentre as quais, um guia experiente.

02- Jamais arrisque escalar rochas ou descer abismos sem o equipamento necessário ou sem saber como usá-lo corretamente.

03- Em nenhum momento pode faltar luz, senão o explorador acaba preso na escuridão. Portanto, o acompanhamento de guias especializados é fundamental.

04- Previsões de chuvas e nuvens devem ser respeitadas. Em muitas cavernas passam rios que se enchem com facilidade. Dê preferência para estações de pouca precipitação, como o inverno, ou cavernas preparadas para o turismo.

05- Escolha roupas confortáveis, resistentes em tecidos de algodão (um macacão de frentista ou de mecânico, por exemplo). Para os pés, use um tênis para trekking ou semelhante. Não use tênis de solado liso.

06- Leve um agasalho extra, pois as travessias de rios são constantes e facilitam o resfriamento do corpo num ambiente normalmente úmido e de temperatura estável de 17 graus.

07- Antes de seguir em direção a alguma caverna, comunique a várias pessoas o local para onde vai sua expedição e horário previsto para o retorno.

08- O cuidado com a preservação é fundamental. Não se pode deixar sequer um papel de bala ali dentro. Também não é permitido levar souvenirs. Cada espeleotema cresce apenas 1mm por ano.

09- Procure relaxar antes de entrar numa caverna. Lembre-se de que estará num mundo de silêncio e escuridão, onde com cuidado se observará melhor cada detalhe.

10- Não retire ou quebre nada das cavernas, tomando cuidado especial com as formações (espeleotemas) que preenchem o teto, paredes e pisos destas. Ao caminhar, fique atento para não pisar em espeleotemas, quebrá-los ou esfumaçá-los com capacete, evitando ao máximo tocá-lo.

11- Não fume no interior das cavernas. A fumaça é prejudicial a esse delicado ambiente e às pessoas que o acompanham.

12- Qualquer tipo de resíduo orgânico ou inorgânico deve ser transportado para o exterior da caverna em sacos plásticos e depositados nos latões de lixo. Ex. carbureto já utilizado, pilhas, papéis, cascas de frutas, etc. Desta forma, tenha sempre sacos plásticos na sua bagagem.

13- Respeite a fauna cavernícola apenas observando-a: (aranhas, grilos, opiliões, morcegos, peixes, etc).

14- As cavernas apresentam obstáculos naturais. Não se arrisque, assim como não exponha pessoas inexperientes e sem preparo físico às situações de risco.

15- Caso você se perca na caverna, não se desespere, fique no local e aguarde por auxílio. O trabalho de resgate será facilitado se forem respeitadas todas as instruções.

Lema internacional da espeleologia

“DE UMA CAVERNA NADA SE TIRA A NÃO SER FOTOGRAFIAS, NADA SE MATA A NÃO SER O TEMPO, NADA SE DEIXA A NÃO SER PEGADAS NOS LUGARES CERTOS“.

Guia de viagem

Localização

O parque localiza-se na região do Alto Ribeira, sul do Estado de São Paulo, a aproximadamente 320 km da capital, no Vale do Ribeira.

Como chegar

O acesso rodoviário pode ser pela BR-116 ou pela rodovia Castelo Branco.

Alimentação

Dentro do parque não há lanchonetes. O ideal é pensar em tomar um café da manhã reforçado, antes de sair para as atividade do dia e ao chegar, saborear um belo jantar nas várias cantinas que ficam próximas dos núcleos, principalmente no Bairro da Serra.

Você precisa levar suas refeições antes de sair para os passeios, que podem se estender até o final da tarde. Algumas dicas: pão – chester – queijo – mel – chocolate – amendoim – castanha de caju – uva-passa – todinho – bolacha doce – granola – frutas secas – produtos naturais – etc. ajudam a manter a energia de quem irá passar horas caminhando ou dentro das cavernas.

Mapa de localização