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A Reserva Extrativista (RESEX) é uma categoria de unidade de conservação no Brasil, criada com o objetivo de proteger e garantir a sustentabilidade das populações tradicionais que dependem dos recursos naturais presentes em determinada área. Essas reservas são criadas em terras públicas e podem ser utilizadas de forma sustentável pelos extrativistas, que são as pessoas que vivem da coleta, pesca, caça e agricultura de subsistência.
A criação das Reservas Extrativistas é regulamentada pela Lei nº 9.985/2000, que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Segundo essa lei, as RESEX são áreas de domínio público, de posse e uso coletivo, com o objetivo de assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais pelas populações tradicionais.
Para a criação de uma Reserva Extrativista, é necessário que haja estudos técnicos e consulta às comunidades locais, além de um processo de regularização fundiária. A criação da RESEX também deve ser precedida de um plano de manejo, que estabelece as regras para o uso sustentável dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente.
As Reservas Extrativistas têm como principais objetivos:
– Garantir a proteção dos recursos naturais presentes na área, evitando a degradação ambiental e a perda da biodiversidade;
– Promover o desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais, garantindo sua subsistência e qualidade de vida;
– Preservar os conhecimentos tradicionais e culturais das populações extrativistas;
– Estimular a pesquisa científica e a educação ambiental;
– Promover a participação das comunidades locais na gestão da reserva.
A criação de Reservas Extrativistas traz diversos benefícios, tanto para as populações tradicionais quanto para o meio ambiente. Entre os principais benefícios, podemos destacar:
– Garantia da subsistência das comunidades extrativistas, que dependem dos recursos naturais para sua alimentação e renda;
– Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas presentes na área da reserva;
– Proteção de espécies ameaçadas de extinção e de habitats importantes para a conservação da natureza;
– Promoção do desenvolvimento sustentável, com a geração de emprego e renda para as comunidades locais;
– Valorização dos conhecimentos tradicionais e culturais das populações extrativistas;
– Estímulo à pesquisa científica e à educação ambiental;
– Fortalecimento da participação das comunidades locais na gestão dos recursos naturais.
No Brasil, existem diversas Reservas Extrativistas, distribuídas por diferentes regiões do país. Alguns exemplos são:
– Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no Acre;
– Reserva Extrativista do Médio Juruá, localizada no Amazonas;
– Reserva Extrativista do Rio Unini, localizada no Amazonas;
– Reserva Extrativista do Lago do Cuniã, localizada em Rondônia;
– Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, localizada no Rio de Janeiro.
Apesar dos benefícios trazidos pelas Reservas Extrativistas, essas áreas também enfrentam desafios e ameaças. Entre os principais desafios, podemos destacar:
– Pressão por atividades econômicas predatórias, como a exploração ilegal de madeira e a pesca predatória;
– Conflitos fundiários e invasões de terras;
– Falta de recursos financeiros e estrutura para a gestão das reservas;
– Dificuldade de conciliar a conservação ambiental com o desenvolvimento das comunidades extrativistas;
– Mudanças climáticas e seus impactos sobre os ecossistemas e as populações tradicionais.
Apesar dos desafios, as Reservas Extrativistas representam uma importante estratégia de conservação da natureza e de promoção do desenvolvimento sustentável. Com a participação ativa das comunidades locais e o apoio do poder público e da sociedade, é possível garantir a proteção dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das populações tradicionais.