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Quilombola rural é um termo utilizado para se referir às comunidades remanescentes de quilombos localizadas em áreas rurais. Os quilombos são comunidades formadas por descendentes de africanos escravizados que fugiram das fazendas durante o período da escravidão no Brasil. Essas comunidades se estabeleceram em locais isolados, muitas vezes em áreas de difícil acesso, onde puderam preservar suas tradições culturais e modos de vida.
A origem dos quilombos remonta ao período da escravidão no Brasil, que durou aproximadamente 350 anos, do século XVI ao século XIX. Durante esse período, milhões de africanos foram trazidos à força para o país para serem escravizados nas plantações de cana-de-açúcar, café, entre outros produtos agrícolas.
Diante das condições desumanas e da violência a que eram submetidos, muitos escravos fugiam das fazendas em busca de liberdade. Eles se refugiavam em áreas remotas, como matas, montanhas e regiões de difícil acesso, onde formavam comunidades autônomas conhecidas como quilombos.
As comunidades quilombolas rurais possuem características próprias que as distinguem de outras comunidades rurais. Uma das principais características é a preservação das tradições culturais africanas, que são transmitidas de geração em geração.
Além disso, essas comunidades possuem uma forte relação com a terra, que é considerada sagrada e fundamental para a sua subsistência. A agricultura familiar é uma prática comum nessas comunidades, sendo responsável pela produção de alimentos para o consumo interno e também para a comercialização.
No Brasil, as comunidades quilombolas rurais são reconhecidas e protegidas pela Constituição Federal de 1988. O artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias estabelece que as comunidades remanescentes de quilombos têm direito à propriedade definitiva das terras que ocupam, devendo o Estado emitir-lhes os títulos de propriedade.
Além disso, o Decreto nº 4.887/2003 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. Esse reconhecimento é fundamental para garantir a preservação das terras e a manutenção das comunidades quilombolas rurais.
Apesar do reconhecimento legal, as comunidades quilombolas rurais ainda enfrentam diversos desafios para a sua sobrevivência e desenvolvimento. Um dos principais desafios é a falta de acesso a serviços básicos, como saúde, educação e infraestrutura.
Muitas comunidades quilombolas rurais estão localizadas em áreas remotas, distantes dos centros urbanos, o que dificulta o acesso a esses serviços. Além disso, a falta de políticas públicas específicas para essas comunidades também contribui para a perpetuação das desigualdades.
A preservação das comunidades quilombolas rurais é de extrema importância para a valorização da cultura afro-brasileira e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Essas comunidades são detentoras de um patrimônio cultural único, que deve ser preservado e valorizado.
Além disso, as comunidades quilombolas rurais desempenham um papel fundamental na preservação do meio ambiente, uma vez que possuem um conhecimento tradicional sobre a utilização sustentável dos recursos naturais.
Para garantir a preservação e o desenvolvimento das comunidades quilombolas rurais, é necessário que sejam implementadas políticas públicas específicas. Essas políticas devem contemplar a garantia do acesso a serviços básicos, como saúde e educação, além de incentivar a geração de renda e o fortalecimento das atividades econômicas das comunidades.
Além disso, é fundamental que sejam promovidas ações de valorização da cultura quilombola e de combate ao racismo e à discriminação racial. A inclusão das comunidades quilombolas rurais nas políticas de desenvolvimento rural também é essencial para garantir a sua participação e protagonismo.
As comunidades quilombolas rurais representam um importante patrimônio cultural e histórico do Brasil. A preservação dessas comunidades é fundamental para a valorização da cultura afro-brasileira e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
É necessário que sejam implementadas políticas públicas específicas para garantir o acesso a serviços básicos e o desenvolvimento das comunidades quilombolas rurais. Além disso, é fundamental promover a valorização da cultura quilombola e combater o racismo e a discriminação racial.