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Rafting em Brotas - SP - Foto: Divulgação

6 melhores esportes de aventura em Brotas

A capital paulista dos esportes de aventura não recebeu esse título por acaso; além do potencial natural, é um local excelente para escolher esportes de aventura. Conheça 6 opções!

A capital paulista dos esportes de aventura não recebeu esse título por acaso; além do potencial natural, houve muita luta para que Brotas progredisse na conservação de seu meio ambiente e no desenvolvimento de estratégias para difundir o conceito de turismo sustentável.

Com a economia em crise devido à decadência de várias culturas agrícolas e a falta de indústrias para movimentar o comércio, a prefeitura decidiu em 1992 aceitar a proposta de uma indústria de curtume (curtição de couros de animal) para se estabelecer na cidade a fim de reaquecer a economia. A fábrica ficaria perto do rio Jacaré Pepira, a fim de que as substâncias tóxicas e poluentes fossem lançadas no rio…

Para os ambientalistas locais e estudantes universitários essa notícia foi o início de um pesadelo. Qual era a saída para preservar aquele barulhento rio, cenário de tantas brincadeiras na infância, e ao mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento econômico da cidade? Havia alguma alternativa?

Sim, e a resposta foi dada pela ONG Movimento Rio Vivo, que mobilizou a comunidade e governo as discussões e ações emergenciais de educação ambiental. Ganhou a ONG, de onde saíram alguns integrantes para fundar a primeira operadora de turismo local, a Mata’dentro; ganhou a Prefeitura, que pode redefinir a vocação do desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade; e ganhou a comunidade, que conseguiu voltar-se a outros empreendimentos que dependiam única e exclusivamente de seu cuidado com o meio ambiente e progressivo conhecimento de como usufruir desse potencial de maneira positiva.

Esportes

Curtir a natureza com muita adrenalina. Essa é uma das propostas do esporte de aventura. Em Brotas, é também uma das mais procuradas formas de se conhecer cachoeiras e piscinas naturais, mata preservada dos morros e ciliar dos rios Jacaré Pepira e Peixe, além das paisagens exuberantes das cuestas basálticas.

Apesar de a maioria das operadoras possuir roteiros similares, vale a pena checar o diferencial de cada uma. A variação do preço pode significar tanto qualidade em atendimento como uma boa pinga com mel ou chocolate quente no final da atividade.

Por isso, pense se alguns desses itens são importantes para sua viagem:

  • aluguel de neoprene para o rapel em cachoeira nos meses mais frios;
  • aluguel de bicicletas para o mountain biking;
  • empréstimo de jaquetas impermeáveis para descida de rafting;
  • chocolate quente ou pinga com mel servidos no final da atividade;
  • vestiário para a troca de roupas (normalmente, ensopadas);
  • lanche de trilha para trekking mais longo;
  • transporte em ônibus ou van incluso na atividade;
  • se há o acompanhamento de caiaque de segurança nas descidas de rafting ou duck;
  • almoço após a atividade incluso.

É sempre bom lembrar que os meses de inverno são de seca também, portanto o nível do rio Jacaré Pepira cai bastante. As corredeiras, que são classificadas como III/III+, caem para III, o que já faz uma boa diferença. O rafting fica susceptível a encalhes nas rochas, mas, em contrapartida, fica mais tranqüilo. É nos meses de verão, com a cheia do rio (que chega a subir até dois metros), que os turistas vivem momentos da mais notável adrenalina.

Esportes em Brotas

01 – Bóia-cross

Uma velha brincadeira de infância dos brotenses, de descer o rio montados em câmaras de ar de pneus de caminhão, virou modalidade de esporte de aventura. Em outras cidades, o bóia-cross sofre uma pequena variação e é chamado de acquaride, hoje uma modalidade disputada seriamente dentro dos limites da Associação Brasileira de Acquaride.

Os aventureiros dispostos a descer o rio com os devidos equipamentos de segurança e, em lugar dos remos, braços para locomoção e direcionamento na água podem procurar a Mata’dentro, Brotas Aventura e Ponto de Partida.

02 – Canyoning/Cascading

O canyoning é a descida de um canyon, uma garganta profunda em encosta, usando várias técnicas verticais de transposição de obstáculos, como o rapel. Normalmente, a atividade é feita em uma só descida em um rio ou ribeirão com várias quedas. Já o cascading é o rapel em cachoeira, feito em uma só queda e que pode ser repetido.

São situações parecidas, mas emoções diferentes. No canyoning, o turista explora uma furna, que pode ser a do Cassorova, com as quedas Cassorova I e II e o Quatis, somando aí 300m horizontais e 100m verticais, ou a do Peixe, com as quedas dos Escravos (3m), duas quedas do Cipó (8m), Tabarana (40m) e D’Aninha (30m).

Já o cascading é ideal para quem está começando ou quer curtir mais a força da água batendo no corpo. Ou mesmo ver a paisagem lá de cima, de um outro ângulo, descendo até de ponta cabeça. Nesse caso, há a opção de uma cachoeira mais alta, a do Saltão, com 70m, onde são realizadas descidas em noite de lua cheia. Um espetáculo.

As opções mais comuns para o rapel em cachoeira são as quedas do Astor, da Figueira e da Roseira. Há muitas outras cachoeiras na região, portanto, se você já tiver experiência no assunto, consulte roteiros opcionais das operadoras.

03 – Cavalgada

Percorrer campos a galope, entrar em ribeirões com cavalos e subir trilhas íngremes com esses portentosos animais para apreciar a vista de um imenso vale não é privilégio apenas de bons montadores. Não é de hoje que existem cavalgadas para leigos com roteiros para turismo rural, ecológico ou mesmo de aventura.

Em Brotas e região isso não é diferente. Montar em um cavalo e sair acompanhado de guias experientes e monitores é com certeza uma opção diferente para se conhecer os vales, riachos e morros que circundam a cidade. E nisso, as cavalgadas da Estância Serra da Cachoeira se tornam roteiros perfeitos para quem não entende nada de equinos ou para quem domina os puros-sangues. Os passeios tem quase três horas de duração e os instrutores locais (Beto e “Seu Véio”) sempre estão descobrindo roteiros novos. Há chances de na próxima temporada se ter um passeio com piquenique no meio da cavalgada ou um acampamento noturno.

Os programas são divididos em cavalgada Ecológica, Radical e da Lua Cheia. A única que merece mais atenção é a Radical que, como o próprio nome já diz, passa por trechos em que o cavaleiro deve ter mais habilidade. Os cavalos, muito fortes e bem treinados, saltam troncos e cursos d’água, entram em riachos com a água pelo peito, sobem trilhas íngremes sem vacilar e ainda galopam em trechos escolhidos pelos guias. Radical na essência da palavra.

Na cavalgada Ecológica, os turistas são levados a conhecer as proximidades da fazenda que circunda a Estância Serra da Cachoeira. O visitante percorre montado trechos de estrada de terra, trilhas em pastos, um belíssimo vale de lírios e um local onde brotam nascentes de um pequeno ribeirão.

Continuando a cavalgada, a tropa sobe por uma trilha íngreme em um morro de vegetação preservada. A força dos animais impressiona quem não sabe cavalgar. E a vista, quando se atinge o cume, após uns 15 minutos, é maravilhosa.

A cavalgada noturna, da Lua Cheia, é feita em parte no mesmo roteiro da ecológica, porém é mais curta. Para quem cavalgou com a lua cheia e ofuscante, redonda, há mais surpresas: chegando na Estância, a recepção é literalmente mágica, pois um caminho de velas e castiçais ilumina a chegada dos turistas, que são convidados a se confraternizar perto de uma fogueira ao som de um violeiro e vinho quente.

As cavalgadas são feitas pela própria Estância Serra das Cachoeiras e pela agência Brotas Aventura.

04 – Mountain-biking

Ainda pouco explorado em Brotas, o mountain biking ganha terreno e novas trilhas a cada temporada. A única operadora que leva os bikers para conhecerem as belezas naturais da região é a Mata’dentro. São três roteiros básicos e outros que podem ser acrescidos de mais aventura, como tirolesa, cascading, bóia-cross, rafting e trekking. Traduzindo, dá para se ficar o dia todo em atividade, metade pedalando e metade dentro do rio.

Os roteiros incluem guias especializados, hidratação, lanches e apoio resgate. A Mata’dentro também aluga bikes.

Cross Country da Cachoeira (leve): visita a cachoeira de Santa Maria com trechos de pastos, campos, estradas de terra e trilhas paralelas à mata nativa. Percurso de 21 quilômetros.

Cross Country da Cuesta (moderado): o destino é a subida do paredão da cuesta próxima à Fazenda Nova América, passando por trilhas, riachos e plantações de laranja. Percurso de 34 quilômetros.

Cross Country da Nascente (avançado): começa com trecho em asfalto, passa para cross country e depois um up hill bem forte na subida da cuesta. Os bikers passarão por lavouras de café e cana e trechos de mata nativa. O percurso conta também com travessia de ribeirões. O programa acaba com um almoço na Fazenda Tamanduá (Areia que Canta). Percurso de 47 quilômetros.

05 – Rafting/Floating/Duck

As operadoras brotenses dividiram quase 20 quilômetros do rio Jacaré Pepira nos trechos “de cima”, “do meio” e “de baixo”. O mais conhecido e operado comercialmente é o “de baixo”, onde existem as melhores corredeiras e quedas, como a dos Três Saltos.

O “do meio” é mais preservado, com maior possibilidade de ver tucanos, capivaras, macacos, e veados. Já o “de cima” é bem calmo em qualquer época do ano, indicado para crianças e pessoas que curtem apenas conhecer a natureza sem “muita animação”.

O Rafting Noturno, em dias de lua cheia, é feito um excelente programa desde que se tenha alguma experiência em descida de bote. É feito na parte comercial do rio. Somente a Mata’dentro, Canoar e Vias Naturais fazem esse programa.

O Floating é uma submodalidade do rafting, ultra-calmo, feito onde predomina o remanso (parte “de cima”). Fazem o floating a Canoar, Vias Naturais e Território Selvagem.

Já o roteiro mais longo (16 Km), dos trechos “do meio e de baixo” quem faz é a Canoar, que faz um verdadeiro piquenique com os turistas à margem do rio bem no meio da atividade.

Os ducks, assim chamados por terem um bico grande, mole e amarelo, como de um pato, são caiaques infláveis em que podem navegar com uma ou duas pessoas, com um remo de duas pás. Pode ser feito tanto na parte “de cima”, para iniciantes, quanto na parte “de baixo”, para intermediários. A Canoar opera as descidas de duck.

06 – Trekking

Caminhar pelas trilhas de Brotas pode ser tanto uma atividade relaxante, de encontro com a paz e apreciação da natureza, quanto uma empreitada de resistência, força e ousadia. Só depende do que o turista procura.

As trilhas de acesso mais fácil e menor tempo de caminhada podem ser encontradas nos próprios sítios ecológicos. Algumas operadoras, porém, elaboraram diferenciados para que os trekkers conheçam o que a região tem de melhor: ribeirões límpidos, mata preservada, animais silvestres e muitas, muitas cachoeiras.

A duração do programa pode variar de meio dia a dois dias andando. O percurso pode ter trechos em pastos, de caminhada na água, com subidas íngremes, em campos de plantações e mata capoeira. Há operadoras que mesclam o trekking com outras atividades esportivas.

Trilha de Santa Maria (Mata’dentro): uma tranqüila caminhada de meio dia leva à cachoeira de Santa Maria, com seus 60 metros de altitude. Trechos em terra e em riachos.

Cruzeiro Ecológico com trilha (Território Selvagem): os turistas embarcam em botes na Fazenda Primavera e sobem o rio Jacaré até a entrada da trilha dos Três Saltos. O grupo prossegue a pé para chegar perto das quedas d’água e se refrescar no rio. Retornando ao bote, descem o rio Jacaré pela parte navegável, depois dos Três Saltos, e continuam a viagem pela fauna e flora local.

Trilha do Bom Jardim (Mata’dentro/Vias Naturais): um trekking que dura um dia inteiro para se conhecer o vale do Bom Jardim, uma bonita região no caminho do Patrimônio. Os trekkers seguem por trilhas na mata até entrar no ribeirão do Pinheirinho e encontrar o ribeirão dos Pintos, trechos percorridos dentro dos cursos d’água (water trekking). Já na furna do Cassorova, os visitantes encontram a cachoeira dos Quatis.

Trilha da Fazenda São José (Território Selvagem): uma caminhada de meio dia pelas trilhas próximas ao rio do Peixe. Os visitantes vão poder se refrescar em piscinas naturais e ver a cachoeira dos Escravos, atravessar o rio e prosseguir o passeio avistando a cachoeira do Cipó. O final do passeio é um almoço na própria fazenda.

Trilha dos Monolitos (Estância Serra da Cachoeira): a duração do trekking é curta, cerca de 3 horas, mas a forte subida do morro entre Brotas e Ribeirão Bonito é que dá o tom da caminhada e leva os turistas a conhecerem o feixe de monolitos. Chamados também de cristais ferro, essas formações rochosas não são a única atração do passeio, que tem matas primária e secundária e muitos animais silvestres para apreciação.

Trilha do Rio do Peixe/ 2 dias (Mata’dentro): a caminhada pela furna do rio do Peixe, um vale geograficamente isolado, leva um dia todo. São aproximadamente 15 quilômetros de percurso, com muitas paradas para banhos em cachoeiras e subidas à cuesta do Peixe. O acampamento noturno é feito na fazenda Santa Cruz do Paredão, onde os trekkers poderão conhecer as ruínas de uma antiga produtora de café. No dia seguinte, uma curta cavalgada pelo Paredão e um cascading (rapel em cachoeira) opcional em uma queda de 66 metros dentro do rio do Peixe.

Mapa da localização